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Jun 28, 2023

Por que demora um pouco para o bronzeado aparecer? Os cientistas finalmente descobriram: ScienceAlert

A resposta da sua pele à exposição ao sol pode parecer atrasada, mas há uma boa razão para isso, descobriram os cientistas.

Através de experiências em pele humana e de rato, uma equipa liderada pelo biólogo molecular Nadav Elkoshi, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriu que o desenvolvimento de um bronzeado só ocorre depois de a pele ter cuidado da reparação de emergência do ADN.

“Temos dois mecanismos concebidos para proteger a pele da exposição à perigosa radiação UV”, explica Elkoshi.

“O primeiro mecanismo repara o DNA das células da pele danificadas pela radiação, enquanto o segundo mecanismo envolve o aumento da produção de melanina, que escurece a pele para protegê-la de futuras exposições à radiação”.

Elkoshi e sua equipe levantaram a hipótese de que o atraso no bronzeamento é resultado da priorização de recursos. Basicamente, todos os recursos da célula são mobilizados para reparar os danos causados ​​pela radiação o mais rápido possível. Somente quando essa tarefa estiver concluída é que a célula poderá alocar recursos para a produção de melanina.

Para testar esta hipótese, os investigadores primeiro expuseram a pele humana, obtida de pacientes com cirurgia consentida e cultivada em placas de Petri, à radiação UVB. Isso foi para que eles pudessem estudar a atividade da célula em resposta aos danos da radiação.

Eles confirmaram que uma proteína quinase chamada ATM, ativada por danos no DNA e crítica para o reparo celular, entra em ação logo após a exposição à radiação UVB. Isso é interessante, mas a equipe precisava de mais informações.

Assim, a etapa de acompanhamento foi desencadear a ativação do ATM na ausência de exposição UVB e observar os resultados. Esta fase do experimento foi conduzida em modelos de camundongos e mais amostras de pele humana em placas de Petri. Tanto na pele do rato quanto na humana, o bronzeado se desenvolveu após um intervalo, mesmo na ausência de radiação prejudicial.

Uma inspeção minuciosa dos processos celulares envolvidos mostrou que a ativação do ATM bloqueia a ativação da proteína MITF responsável pelo aumento da produção de melanina, de modo que a reparação do DNA pode ter precedência.

“A informação genética deve ser protegida de mutações, por isso este mecanismo de reparação tem precedência dentro da célula durante a exposição à radiação ultravioleta do sol”, explica Carmit Levy, bioquímica e bióloga molecular da Universidade de Tel Aviv.

“O mecanismo de reparação do ADN diz essencialmente a todos os outros mecanismos da célula: 'Parem tudo e deixem-me trabalhar em paz.' Um sistema paralisa efetivamente o outro, até que a correção do DNA atinja seu pico, o que ocorre algumas horas após a exposição aos raios UV."

A equipe suspeita que o reparo do DNA possa até aproveitar alguns dos componentes do mecanismo de pigmentação para maximizar as chances de sobrevivência celular e minimizar as chances de mutação.

A descoberta, diz a equipe, pode ser usada para ajudar a estudar, compreender, prevenir e tratar os efeitos dos danos causados ​​pela radiação na pele.

“Esta descoberta científica revelou um mecanismo molecular que poderá servir de base para futuras pesquisas que poderão levar a tratamentos inovadores que proporcionarão proteção máxima à pele contra os danos da radiação”, diz Levy.

“A longo prazo, pode até contribuir para a prevenção do câncer de pele”.

A pesquisa foi publicada no Journal of Investigative Dermatology.

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